
Dt 30, 15-20; Lc 5, 27-32.
Se destruíres teus instrumentos de opressão, e deixares os hábitos autoritários e a linguagem maldosa; se acolheres de coração aberto o indigente e prestares todo socorro ao necessitado, nascerá das trevas a tua luz e tua vida obscura será como o meio-dia.
Se destruíres teus instrumentos de opressão, e deixares os hábitos autoritários e a linguagem maldosa; se acolheres de coração aberto o indigente e prestares todo socorro ao necessitado, nascerá das trevas a tua luz e tua vida obscura será como o meio-dia.
Jesus lhe disse (a Levi): ‘Segue-me’. Levi deixou tudo, levantou-se e o seguiu. (...). Não vim chamar os justos, mas sim os pecadores para a conversão.
Que vem a ser oprimir? Que significa ter hábitos autoritários? Que vem a ser a linguagem maldosa? Quem é o indigente? Quem é o necessitado?
Responder a estas perguntas e acolher a resposta, à luz de Deus, é sempre uma sabedoria transfiguradora e consolidação do itinerário cristão. Oprimir é impor à força, tiranizar, impor fardos. E para Deus que significa oprimir o próximo? O contra testemunho, as incoerências e contradições entre o que se diz e o que se vive, as incompreensões e indiferenças, em suma a incapacidade profunda e persistente em não amar na gratuidade, isso já é um contra testemunho. Hábitos autoritários significa fazer mau uso da autoridade, palavra esta que, em seu sentido etimológico, quer dizer gerar crescimento, desenvolvimento no outro. Ora, o autoritarismo para Deus é não gerar crescimento no outro e, por conseguinte, impedir o outro de crescer. Crescer na vida divina, na graça, na amizade com Deus, na vontade de Deus. Impedir as pessoas a viver o que Deus quer delas são as formas de opressão e autoritarismo mais abomináveis que um cristão pode se permitir. A linguagem maldosa é aquela que não cria nada de bom, de positivo, que rebaixa, humilha, despreza, não constrói, não contribui. Enfim, não ajuda a somar e nem faz acontecer o que engrandece e edifica. A linguagem portadora do mal é danosa e semente de destruição e confusão. Que nos resta pedir ao Senhor a não ser que ponha uma guarda a porta de nossos láoutrasbios? O silêncio e a palavra útil e capaz de edificar são uma obrigação grave que se impõe ao cristão, discípulo de Cristo. Quem é o indigente, quem é o necessitado? Todo aquele que carece de algo, que toca, com sua pobreza, a ausência do que for útil ou necessário. E isso, não só do ponto de vista material, mas as carências psicológicas e espirituais também. A falta de atenção, de alguém para conversar (ouvir uma palavra útil e boa, sobretudo ser ouvido), a ausência de um sorriso, do bom exemplo, da presença amiga (ainda que silenciosa, mas eficaz), as várias formas de solidariedade e empatia, enfim, tantas outras. Certamente que os auxílios de ordem material são imprescindíveis e ocupam uma primazia incontestável, mas importa ampliar os horizontes e entender que as pessoas humanas não se reduzem à espera material e corporal. São um todo, e, por isso mesmo têm uma interioridade feita de sentimentos, emoções, percepções, compreensões e entendimentos que não podem ser negligenciados.
Enfim, a história de Mateus nos é muito sugestiva. Segue-me, isto é, imita-me. Vem atrás de mim, aprende de mim, ouve-me. E para tanto, Mateus vive uma experiência impressionante de disponibilidade, nascida da generosidade que por sua vez é a medida do amor. Levantou-se, assim diz o texto que no original grego é dito anastás, o mesmo verbo utilizado na ressurreição de Jesus. Mas tudo isso em ordem ao seguimento de Cristo e por conseqüência, à missão. Seguir Nosso Senhor não pode ser outra coisa senão ser missionário. Sentir-se e assumir-se enviado.
Não são os sadios que precisam do médico. Quem são estes “sadios”? Todos quantos pensam de se justificar a partir de suas obras, das virtudes cultivadas com esmero, querem ser salvos mediante as próprias forças, seguindo as próprias vontades e projetos. Sorrateiramente excluem a necessidade de Deus, não se sentem dependentes de sua graça. Não buscam com freqüência o seu perdão, haja vista que pecadores são sempre os outros, culpados, os outros, errados, os outros, imaturos, os outros e por aí vamos. Não precisam do Divino Médico. Que terrível! Miséria maior que essa não pode existir! Ser “justo” desse jeito é uma desgraça tão grande cujo prejuízo nem se pode calcular. O Senhor quer ver nos seus discípulos e amigos gente que vive a verdade mais profunda e mais radical: precisamos da graça de Deus e sem ela nada somos. Carecemos do perdão do Senhor, pois sem ele só afundaremos no vale tenebroso da nossa miséria. Precisamos de seu amor misericordioso haja vista que, se este nos vem a faltar, nos precipitaremos em carências de todo tipo e tentaremos preencher o coração com tudo aquilo que passa e nem de longe, atende aos anseios de infinito escondidos em nós. Sim, a verdade é que somos pobres pecadores cuja conversão é vital. A conversão é a lei da vida, pois conversão é transformação. O corpo se transforma e a estrutura psicológica também. Por que será que a alma não muda? Por que será que o coração não também não? Sem a metamorfose própria dos que anseiam seguir ao Senhor morre-se na mediocridade, nas meias medidas, e por conseguinte no tédio e nas contradições.
Não são os sadios que precisam do médico. Quem são estes “sadios”? Todos quantos pensam de se justificar a partir de suas obras, das virtudes cultivadas com esmero, querem ser salvos mediante as próprias forças, seguindo as próprias vontades e projetos. Sorrateiramente excluem a necessidade de Deus, não se sentem dependentes de sua graça. Não buscam com freqüência o seu perdão, haja vista que pecadores são sempre os outros, culpados, os outros, errados, os outros, imaturos, os outros e por aí vamos. Não precisam do Divino Médico. Que terrível! Miséria maior que essa não pode existir! Ser “justo” desse jeito é uma desgraça tão grande cujo prejuízo nem se pode calcular. O Senhor quer ver nos seus discípulos e amigos gente que vive a verdade mais profunda e mais radical: precisamos da graça de Deus e sem ela nada somos. Carecemos do perdão do Senhor, pois sem ele só afundaremos no vale tenebroso da nossa miséria. Precisamos de seu amor misericordioso haja vista que, se este nos vem a faltar, nos precipitaremos em carências de todo tipo e tentaremos preencher o coração com tudo aquilo que passa e nem de longe, atende aos anseios de infinito escondidos em nós. Sim, a verdade é que somos pobres pecadores cuja conversão é vital. A conversão é a lei da vida, pois conversão é transformação. O corpo se transforma e a estrutura psicológica também. Por que será que a alma não muda? Por que será que o coração não também não? Sem a metamorfose própria dos que anseiam seguir ao Senhor morre-se na mediocridade, nas meias medidas, e por conseguinte no tédio e nas contradições.
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