Eis o homem descrente, o homem onde a fé (este salto no escuro) parecia de verdade inoperante. E era inoperante, convém dizer. É isso, caro Filoteu, conviver com luz de lamparina algumas vezes e tantas vezes é fogo! Ou melhor é com pouco fogo e pouca luz. (A lamparina acesa por uma bruxuleante luz, vendo com pouca visibilidade era imagem da fé; o céu, com a visão do rosto de Deus, a chamada visão beatífica, era como se o sol viesse e iluminasse a casa e então, a lamparina seria apagada). Haja Zé! ou melhor haja Deus dando-nos o dom! Voltemos pro nosso herói. Lá estava ele, com eles e Ele (o Mestre ressuscitado) aparece. Convida o descrente a checar a verdade luminosamente presente naquelas chagas benditas e o discípulo desconfiado cai por terra e faz sua profissão de fé. São Gregório Magno, papa e doutor da Igreja que viveu no VI século diz: "A clemência do alto agiu de modo amirável a fim de que, ao apalpar as chagas do corpo de seu mestre, aquele discípulo que duvidara curasse as chagas da nossa falta de fé. A incredulidade de Tomé foi mais proveitosa para a nossa fé do que a fé dos discípulos que acreditaram logo. Pois, enquanto ele é reconduzido à fé porque pôde apalpar, o nosso espírito, pondo de lado toda dúvida, confirma-se na fé. Deste modo, o discípulo que duvidou e apalpou tornou-se testemunha da verdade da ressurreição". Viu? Deus de tudo tira proveito para o nosso bem. Por isso, eu digo que foi uma elotrocutagem porque aquele toque foi uma verdadeira cadeira elétrica para matar o descrente para daquele fumaceiro estorricador viesse à tona um homem de fé. Tomé tornou-se outro. Chagas benditas aquelas do Divino Salvador! Nós não as tocaremos com as mãos do nosso corpo, mas com os dedos da fé. De fato, dessa incredulidade, misteriosamente útil para nós, fez de nós alvo de uma bem-aventurança arrancada de última hora, uma beatitude meio rapa do tacho, mas fantástica! "Bem-aventurados os que creram sem ter visto" (Jo 20, 29). Essa é pra ti, pra mim, pra nós. Tem gente que adoraria ver Jesus, abraçá-lo, falar com ele, tocá-lo. Mas se essas pessoas imaginassem a beleza e a riqueza que está por detrás de viver aqui sem ver! E esperar pra ver só no Céu! Bem, se Jesus acha por bem conceder visões ou graças místicas pra algumas pessoas, isso é outro departamento. É gratuidade dos dons que Deus concede a quem ele quer, quando e Ele quer e por razões que só Ele sabe. E brá! zé fini! fechou a questão, fechou a rosca e não cabe a ninguém achar ou desachar nada. Quanto a ti, caro Filoteu, vive na presença de Deus como se o visses. E fica em paz. Ainda São Gregório diz que "quem crê verdadeiramente, realiza por suas ações a fé que professa". Olha aí o desafio e a beleza! Beleza né? É isso aí! Não fique olhando só a dificuldade, mas vê também a beleza que está por detrás de tudo isso. Beleza pura!
Ei, você sabe o que é beleza? Por aí se entende somente como beleza estética. Mas, Platão, um filósofo grego, dizia que a "beleza é o esplendor da verdade". Quando a verdade espande seus raios luminosos, então isso é a beleza. Peeense!
Taí Filoteu, a lição que nos vem do nosso amigo Tomé, o homem que recuperou a fé!
Abraço! Bênção! Fui!
2 comentários:
Yes!!!!!!!
Se fosse conforme diz no estudo da fisica, esse encontro eletrocutante teria outra definição, no entanto não chegaria men perto do verdadeiro sentido que Jesus faz a nossa vida. Seria até um absurdo tal comparação. Contemplar a Cristo para mim é viver a graça de Tomé.
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